terça-feira, 11 de setembro de 2007

A QUAL UNIDADE NOS REFERIMOS?

Vou tentar reproduzir aqui o que falei em algumas assembléias durante a greve:

1°) Classificar como vitória uma proposta, que mais tarde veio a se transformar em acordo de encerramento de greve, que surgiu não se sabe ou não se quer revelar de onde, que nada mais fez do que tentar resgatar o equívoco que foi a aprovação do PCCTAE com uma tabela que manteve os salários de vários colegas congelados, principalmente da Classe C e praticamente todos os colegas da Classe E, ou seja, que naquele momento não nos tratou a todos como iguais e por isto foi tão atacada por alguns poucos colegas. O problema é que o resgate de tal equívoco se dá com outro equívoco, ao aprovarmos um acordo que contempla ao cabo de 03 anos, ou seja, em julho de 2010, um reajuste na tabela de 25,48% para a Classe A; 26,37% para a Classe B; 27,12% para a Classe C; 32,35% para a Classe D, percentual que sofreu pequena elevação ao apagar das luzes; e 82,72% para a Classe E, repetimos o mesmo erro cometido anteriormente, de referendar uma atitude do governo que, na verdade, apenas nos divide, já que, neste caso fizemos uma greve de 90 dias, onde como de costume, apenas alguns colegas da Classe E participaram de forma ativa e estes acabaram sendo os maiores "vitoriosos" do movimento grevista. Cabe frisar que, para mim, o maior "vitorioso" desta greve foi o Governo, que acabou fazendo passar uma proposta que, na verdade busca resolver o problema dos Reitores de manutenção dos ingressantes na carreira e mais, reforçar o modelo de carreira de estado que este governo, assim como o anterior, defende.
2°) Dizer agora que todos somos contra o PCCTAE e contra o governo LULA é no mínimo casuísmo de alguns e oportunismo de outros, já que até bem pouco tempo atrás vários grupos organizados do movimento faziam abertamente a defesa do PCCTAE e do governo LULA, a maior prova de que os críticos históricos do PCCTAE estavam com a razão é que o que nos levou a Greve foi uma tentativa de minimizar os prejuízos que o PCCTAE causou aos técnico-administrativos e ao movimento dos técnico-administrativos. Não podemos de forma alguma, nos prestar a confundir os críticos de última hora, com os defensores históricos de tratamento isonômico para todos os técnico-administrativos sejam eles aposentados, pensionistas ou em atividade.
3°) Com relação a tão propalada UNIDADE, com certeza, o que nos une não é um acordo sem-vergonha de final de greve, ou ainda um presidente, ou ainda um partido, ou ainda uma central sindical e muito menos, o candidato a reitor que apoiamos; tenho plena convicção de que o que nos une, ou pelo menos deveria nos unir, é a INDIGNAÇÃO, indignação com a discriminação: a> de gênero, b> de religião, c> de opção sexual, d> de valorização do trabalho em função da escolaridade formal, e> entre aposentados por invalidez ou por idade e aposentados, f> entre todos os aposentados e os em atividade, e principalmente, a INDIGNAÇÃO COM AQUELES QUE NOS REPRESENTAM E QUE DEVERIAM PORTANTO, REPRESENTAR A TODOS E NÃO O FAZEM.
4°) Para finalizar gostaria de pedir desculpas por não ter estado mais presente nas atividades de Greve mas entendi que atendendo os colegas na CIS para tratar assuntos da Carreira, principalmente Avaliação de Desempenho e processos no CONSUN também estava trabalhando em prol da Greve.

Livre Pensar:
- Que País é este em que se rouba dinheiro da merenda escolar?;
- Que País é este em que o Presidente do Senado, para não ser cassado, é aconselhado a renunciar a Presidência, ou o que é pior, ameaça os demais senadores de denunciar as falcatruas de cada um?
- Que País é este em que para que pobres, negros e indígenas possam estudar em Universidades Públicas é preciso que se aprove cotas?
- Que País é este em que ao sair de casa, em Porto Alegre, se vê uma pessoa comendo restos de comida no Lixo?

Este não é o País que eu quero para mim, para os meus filhos e nem para os filhos de ninguém.
Chega.

Um comentário:

Unknown disse...

Silvio:

A unidade que me referi na apresentação é a unidade que tivemos para entrar em greve.

De um modo geral até concordamos com o que nos causa indignação, mas nos dividimos ao analisarmos as causas, estratégias e táticas que devem serem adotadas na luta contra estas situações indignas.

Estou convencido que, mesmo com todos os problemas que há, a proporcionalidade na composição da direção da ASSUFRGS permitiu que se chegasse a unidade que tivemos. Por isto defendo que em vez de eliminar, nós temos de aperfeiçoarmos a proporcionalidade.